O ultrarromantismo ou segunda geração romântica é um gênero literário que ficou conhecido por apresentar poemas (amorosos ou não) que retratavam a morbidez, o pessimismo e a atração pelos elementos obscuros e assombrosos que representam a morte. Com poemas regados de sofrimento e paixão, indagações, conflitos e autodestruição, o período que ocorreu no século XIX (entre 1850 e 1860) ficou conhecido como o Mal do Século.
14/07/2020
O MAL DO SÉCULO NOS GAMES
O "mal do século" pode também ser visto dentro da arte contemporânea, como em músicas, filmes e até mesmo jogos eletrônicos.
O universo dos livros “The Witcher” (Wiedźmin), criado por Andrzej Sapkowski, é extremamente depressivo e mórbido, o que é perfeitamente retratado na série de jogos através de diversas histórias e conflitos em seu decorrer, inspirados pelos livros.
Um ótimo exemplo de como essas historias podem se relacionar com o Mal do Século, é o arco do Barão Sanguinário (o Barão do Poleiro do Corvo, em Velen), que nos é apresentado durante a busca de Geralt (o protagonista dos livros e da série de jogos) por informações sobre Ciri, sua filha adotiva.
ANÁLISE E REFLEXÃO: "ESTÂNCIAS", DE FAGUNDES VARELA
Estâncias
(Fagundes Varela)
Análise-crítica:
Nesse poema Fagundes consegue
descrever quão bela é a mulher externamente e internamente, isso significa que
ele a valoriza por tudo que ela é, e ele a ama não só carnalmente, mas também
sentimentalmente, podemos perceber também que ele provavelmente deve ter
passado um tempo considerável com a mesma, pois de que outra forma ele
conseguiria descrevê-la de tal modo.
É perceptível a diferença de tratamentos no relacionamento do poema e os de hoje, visto que ele mostra que a conhece por meio deste descrevendo a sua beleza e seu jeito de ser. Hoje em dia se o seu novo parceiro souber o seu nome, você já vai sair ganhando, porque ultimamente as pessoas são salvas no contato do celular como: “Contatinho número tal” ou “Esquema número tal” e sim isso é mais comum do que deveria ser.
ANÁLISE: A SEGUNDA GERAÇÃO ROMÂNTICA NA CONTEMPORANEIDADE
Quando falamos de ultrarromantismo, o primeiro pensamento que nos vem à cabeça é: por que tão mórbido? O que poderia estar passando na cabeça de tantos escritores para ter como inspiração a morte?
Nessa segunda geração romântica, nos deparamos com um amor irracional e um exagero emocional em personagens muito jovens, que se encontram em uma dor tão profunda e intensa, que preferem a morte ao sofrimento. De acordo com o que podemos analisar nas obras da época, os jovens viviam em um constante conflito com a sociedade. Incapazes de se ajustar aos padrões impostos, eles se tornavam uma espécie de “desajustados” aos olhos das outras pessoas. Isso nos lembra dos dias atuais, onde temos tantos relatos com muitos dos sentimentos transcritos nos livros, não? Isso porque o mal do século, tão conhecido nesse gênero, é a depressão. Conhecida dessa maneira porque ainda é incompreendida, mesmo por quem sofre com ela. E atualmente, a doença atinge cerca de 10% das pessoas no mundo.
13/07/2020
ANÁLISE: “LEMBRANÇA DE MORRER", DE ÁLVARES DE AZEVEDO
“Lembrança de morrer”
(Álvares de Azevedo)
Que o espírito enlaça à dor vivente,
Não derramem por mim nem uma lágrima
Em pálpebra demente.
E nem desfolhem na matéria impura
A flor do vale que adormece ao vento:
Não quero que uma nota de alegria
Se cale por meu triste passamento.
Eu deixo a vida como deixa o tédio
Do deserto, o poento caminheiro
— Como as horas de um longo pesadelo
Que se desfaz ao dobre de um sineiro;
Como o desterro de minh'alma errante,
Onde fogo insensato a consumia:
Só levo uma saudade — é desses tempos
Que amorosa ilusão embelecia.
Só levo uma saudade — é dessas sombras
Que eu sentia velar nas noites minhas...
De ti, ó minha mãe, pobre coitada
Que por minha tristeza te definhas!
De meu pai... de meus únicos amigos,
Poucos — bem poucos — e que não zombavam
Quando, em noite de febre endoudecido,
Minhas pálidas crenças duvidavam.
Se uma lágrima as pálpebras me inunda,
Se um suspiro nos seios treme ainda
É pela virgem que sonhei... que nunca
Aos lábios me encostou a face linda!
Só tu à mocidade sonhadora
Do pálido poeta deste flores...
Se viveu, foi por ti! e de esperança
De na vida gozar de teus amores.
Beijarei a verdade santa e nua,
Verei cristalizar-se o sonho amigo....
Ó minha virgem dos errantes sonhos,
Filha do céu, eu vou amar contigo!
Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida,
À sombra de uma cruz, e escrevam nelas
— Foi poeta — sonhou — e amou na vida.—
Sombras do vale, noites da montanha
Que minh'alma cantou e amava tanto,
Protegei o meu corpo abandonado,
E no silêncio derramai-lhe canto!
Mas quando preludia ave d'aurora
E quando à meia-noite o céu repousa,
Arvoredos do bosque, abri os ramos...
Deixai a lua prantear-me a lousa!
Análise interpretativa:
"Lembrança de morrer" é um poema que desde seu título já expressa um dos principais aspectos da segunda geração romântica: o apego a morte. Ao longo do texto, veremos o tempo todo traços do individualismo típico do período, assim como a idealização da mulher amada e a paixão pela vida boêmia, acompanhados de um sutil niilismo, visto principalmente nas primeiras estrofes.
ANÁLISE: “O NOIVADO DO SEPULCRO”, DE SOARES DE PASSOS
“O Noivado do Sepulcro”
(Soares de Passos)
Balada
Já meia-noite com vagar soou;
Que paz tranquila; dos vaivéns da sorte
Só tem descanso quem ali baixou.
Que paz tranquila!... mas eis longe, ao longe
Funérea campa com fragor rangeu;
Branco fantasma semelhante a um monge,
D'entre os sepulcros a cabeça ergueu.
Ergueu-se, ergueu-se!... na amplidão celeste
Campeia a lua com sinistra luz;
O vento geme no feral cipreste,
Por entre as campas, arrastando o manto,
Com lentos passos caminhou além.
Chegando perto duma cruz alçada,
Que entre ciprestes alvejava ao fim,
Parou, sentou-se e com a voz magoada
Os ecos tristes acordou assim:
"Mulher formosa, que adorei na vida,
E que na tumba não cessei d'amar,
Por que atraiçoas, desleal, mentida,
O amor eterno que te ouvi jurar?
Amor! engano que na campa finda,
Que a morte despe da ilusão falaz:
Quem d'entre os vivos se lembrara ainda
Do pobre morto que na terra jaz?
Abandonado neste chão repousa
Há já três dias, e não vens aqui...
Ai, quão pesada me tem sido a lousa
Sobre este peito que bateu por ti!
A fronte exausta lhe pendeu na mão,
E entre soluços arrancou do seio
Fundo suspiro de cruel paixão.
"Gozes com outro d'infernal prazer;
"E o olvido cobrirá meus ossos
"Na fria terra sem vingança ter!"
Análise interpretativa:
O amor e a mulher amada, idealizados, acima de
todas as convenções sociais (─ e até mesmo, “espirituais”); ambientes
fúnebres, sombrios; e personagem pessimista. Todas esses temas descrevem resumidamente,
esse enredo sobre um amor que supera a morte e fez um casal de
esqueletos/fantasmas se unirem pelos laços da eternidade.
11/07/2020
“MAL DO SÉCULO”: A SEGUNDA GERAÇÃO ROMÂNTICA
A segunda geração romântica, denominada “Ultrarromântica” ou a Geração “Mal do Século”, assim como o Romantismo, foi um movimento literário correspondende no Brasil entre as décadas de 1850 e 1860.