O ultrarromantismo ou segunda geração romântica é um gênero literário que ficou conhecido por apresentar poemas (amorosos ou não) que retratavam a morbidez, o pessimismo e a atração pelos elementos obscuros e assombrosos que representam a morte. Com poemas regados de sofrimento e paixão, indagações, conflitos e autodestruição, o período que ocorreu no século XIX (entre 1850 e 1860) ficou conhecido como o Mal do Século.
As características
As poesias desse gênero possuem características marcantes que o torna facilmente reconhecível dentre os demais:
Sentimentos
O eu-lírico (predominantemente masculino) está constantemente em conflito consigo mesmo, imerso na sua própria percepção de como a vida é breve, ou, está sofrendo de amores por uma mulher já morta.
Todos os poemas apresentam um misto de sentimentos vindos do eu-lírico. Entre eles estão o amor exagerado, a paixão incontrolável e por vezes doentia, o desejo, o receio, a tristeza, o desejo de morte, a fascinação e a lamentação.
Os elementos
Mistério – Os poemas desse gênero possuem um certo mistério em relação às figuras nele apresentadas.
Conflito – Sempre há um ar conflituoso nos poemas, seja o eu-lírico com seus próprios pensamentos, seja o amor forte e irrealizável pela mulher amada que faleceu.
Obscuridade – Há uma forte presença de elementos sombrios nos poemas ultrarromânticos, como figuras assombrosas, crânios, flores em leitos, sangue e outros. Há sempre a presença da morte.
Sensualidade – A mulher amada ou elementos relacionados a ela são, na maioria das vezes, sensualizados pelo eu-lírico.
Elementos da natureza – Há sempre uma comparação dos sentimentos do eu-lírico ou da beleza da mulher amada a elementos da natureza, e estes se encontram sempre presentes como parte das paisagens que compõe o poema.
As personagens
O eu-lírico tem um perfil mórbido, sofredor, apaixonado e até mesmo invasivo quando se trata da mulher amada.
· Se encontra em conflito constante, onde muitas vezes vê a morte como solução para seus problemas.
A mulher amada é sempre idealizada: feminina, sensual, amável, e com uma beleza considerada perfeita ou divina.
· Vista como algo inalcançável, seja por sua morte ou por não corresponder ao amor do eu-lírico.